terça-feira, 15 de dezembro de 2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Solidão


Solidão,
aquela profundamente tranquila,
profundamente pensativa,
complexa.

Aquela profundamente quieta,
profundamente apreensiva,
profundamente inteligente.

Solidão dos poetas.

Existe um mundo inteiro,
em uma unica solidão.

Há uma sensação de segurança, de cia de si mesmo,
mesmo na mais profunda ausência.

Há uma paz nessa sorrateira sensação.

Solidão dos poetas.

Inevitável solidão.

Essa é daquelas que fixamos no horizonte, olhamos a mente,
o sexto sentido,
outra dimensão,
aguçamos a percepção.

Pensamos na vida, em muitas coisas, milhares de coisas,
tudo num único horizonte.

Solidão da paz aparente, da dor e revolta interna, inconsequente.
Solidão que faz crescer.

Mas não é só isso, é maior, é mais sublime.
Não consigo chegar na dimensão, achar palavras certas para descrever.

Resumo em dizer que, é aquela em que o olhar perde-se no horizonte, td num único horizonte...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

salamargo


Amargo esse líquido q escorre de seus lábios
ele eh estranho, se mistura com alcool, cigarro e bebidas de uma ladeira, da noite, sequencia de várias que existe na sua breve vida.
descendo a ladeira, cigarro na boca,
salamargo.
eu mal pude ver como vc levanta akele chapéu meio de lado, faz tão rápido...
é amargo o gosto do seu lábio, felino.
amargo é seu lado, vago.
amargo é seu fel, veneno viril
amargo é estar a seu lado, provar de vez em vez de seu dolorido impulso.



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais uma vez...

Achei q poderia estar flutuando delicadamente, boiando em silêncio nas águas transparentes que deslizava Ofélia...
Mais me pareço Ofélia nesses tantos minutos, que poderia imaginar.
Pensei que poderia estar flutuando, submersa nas águas frias mas doces, em meio as flores, entre dead man´s fingers...
Era silêncio demais...
Na mata poderia existir tão igual silêncio de dia?
Ou a noite?
As flores não me contaram,
Era somente minha aquela paz.
E eu flutuando nas águas em que se foi antes túmulo de perfume e sorriso, flor da mocidade.
Mais uma vez me vejo nesse cenário
Mas será somente um quadro meu?
Um quadro de Ofélia?
Uma pintura suave, impressionista, onde fiquei, talvez confundindo a realidade?
Talvez agora me sinta ali, talvez agora me sinta estar como quem abraça a onda amiga.
Mas eu não estava.
Não estava tudo em silêncio, eu somente havia perdido a audição...
Podia eu te-la perdido?
Por que para ser forte precisei jurar a mim mesma nunca mais entrar em tal transparências de vidro, tocar com o corpo os dedos da morte e margaridas, muito menos ficar nesta completa falta de audição inebriante...
Quando não se ouve, não se sabe, nem se vive a vida como ela esta, não para quem iniciante nesta breve deficiência.
Mais uma vez meu corpo se encontra em plena flutuante imagem...flutuante realidade...
Jurei não mais entrar nessas águas...
Mas por que é pecado tentar ser feliz...?


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Anorexia Nervosa


Anorexia nervosa.
Fiquei chocada com a notícia, ou notícias.
Bom anorexia nervosa seria um bom tema para falar de uma pessoa que eu nunca imaginei ter.
Nem que morreria oficialmente agora.
Acho que não vou dizer de qto tempo imaginei que estivesse morto, pq para mim era isso q aconteceu, e de qto quero me abster de comentar algo ruim, mas não imaginei anorexia.
Com tanta agilidade nas pernas, e braços, mãos, tanta vitalidade.
Mas ela estava ali, silenciosa...
Não consigo me imaginar com tanta força, sem comer, mas ela estava ali, se alimentando dele.
Anorexia nervosa não tem diferença, homem mulher, negro, branco ou seja lá o que for.
O prazer na dor.
Não comer.
Quando não tem forças, quando se tem costelas quebradas, quando não se consegue cuidar do corpo,
por tantos anos
Anorexia.
Como conseguiu tantos anos?
Tantas coisas que eu podia dizer aqui ruins,
tantas
mas anorexia...essa eu não sabia...
Não comer...
Dor.
Seria a causa da Morte?
Será verdade os 50 Shows?
Pq faria?
Não comer!
Esse foi o feito, não comer.
Como dançava tanto???
Anorexia, é a dor no prazer, prazer na dor, não poder comer, não kerer comer...
Sem saúde, sem corpo...tantas coisas descobertas de sofrimento.
Cadê o corpo?
Ele teve corpo?
Teve saúde?
Anorexia...não imaginei...



sexta-feira, 26 de junho de 2009

Era uma vez...


Peter pan também era meu preferido,
é inexplicável encantamento que não sai, vira parte de quem o ama.
Ele não sabia que Peter Pan não sabia dançar como ninguém, não sabia cantar,
não fazia musica,
não era genialmente artista
não escrevia.
Peter Pan não foi para escola.
Ele talvez não sabia que estava pretendendo ser a ponte entre a Terra do Nunca e o mundo,
mas quem poderia fazer isso?
Ele quis fazer o mundo dos mortais, como o de lá, lutou por isso, por um lugar melhor.
Sabemos que aqui nada é para sempre
que qd escolhe-se viver aqui, escolhe o sofrimento,
a dor,
a violência, a maldade,
envelhecer...
Mas aqui também tem crianças,
tem amor,
tem magia.
Mesmo sempre preferindo a terra do nunca,
quis se tornar ponte entre os 2 mundos,
não sabia que era melhor que isso.
Quis viver aqui e lá.
Não se pode viver assim, essa é a regra.
Então finalmente fez sua escolha ,
foi ser imortal.

Cure o Mundo

Há um lugar no seu coração
E eu sei que é amor
E este lugar poderia ser muito
Mais brilhante do que amanhã
E se você realmente tentar
Você encontrará não há necessidade de chorar
Neste lugar você vai sentir
Não há feridos ou tristeza
Existem maneiras de chegar lá
Se você se importa o suficiente para a vida
Faça um pequeno espaço
Faça um lugar melhor ...
Curar o mundo
Torná-lo um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana
Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente para a vida
Torná-lo um lugar melhor
Para você e para mim

Se você quiser saber por que razão
Não há amor que não pode mentir
O amor é forte
Ele só cuida de alegre dando
Se nós vamos tentar ver
Neste êxtase não podemos sentir
O medo ou pavor
Nós existentes parar e começar vida

Em seguida, ele sente que sempre
O amor é suficiente para nós crescente
Então faça um mundo melhor
Faça um mundo melhor ...

Curar o mundo...

E o sonho que foram concebidos em
Irá revelar um rosto alegre
E o mundo uma vez que acreditavam em
Vai brilhar novamente em graça
Então porque é que vamos manter a vida sufoca
Wound nesta terra, crucificarei a sua alma
Ainda é fácil constatar
Este mundo é celestial
Be God's glow

Nós poderíamos voar tão alto?
Deixe os nossos espíritos nunca morrem
No meu coração eu sinto que está a todos os meus irmãos
Crie um mundo sem medo
Juntos, chorar lágrimas felizes
Ver as nações transformar suas espadas em plowshares

Nós poderíamos realmente chegar lá
Se você importou o suficiente para a vida
Faça um pequeno espaço
Para tornar um lugar melhor ...
Curar o mundo...

Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente para a vida
Faça um lugar melhor para você e para mim
...
Você e para mim ...









segunda-feira, 22 de junho de 2009

O amor tem gosto e textura

O amor tem sabor de morango...
ele tem textura,
a textura da neblina
quando toca na pele
penetra dentro de nós...
Assim como o encostar dos lábios nos levam
ao toque dos anjos
e a anjos rebeldes
de tocar macio e bocas ardentes.
O amor é suave sim
mas tem sabor de morango
toque dos seres puros alados e
textura da neblina, uma nebilna transparente e colorida.
Fico feliz
Como uma bola de sabão estourando no nariz de uma criança.
Bola de sabão...





Vivo

Vivo por caridade da vida,
generosa vida
por ela me conceder dias a mais,
para eu viver o que pedi
para eu viver o que sonhei
aprender a conviver.

Vivo por ter consciência hoje de quem sou,
por tentar
por viver simplesmente o que sou,
por ter objetivos mutantes,
por conseguir meu espaço entre irmãos.

Vivo por estar no mundo,
por viver
por errar
por acertar mesmo que pouco
mesmo que muito
errar e conseguir, lutar para enchergar o q fiz,
comigo mesma
com o próximo

Vivo pelos dias concedidos pela vida,
tão generosa.
Encantamento, magia,
quem não percebe que tudo é etéreo e mágico?
Quem não percebe as terras encantadas e coisas incríveis, pequenas e sutis?
Quem não percebe criaturas puras e complexas, coloridas e inacreditáveis?
Quem não percebe seres mais complexos que pequenas criaturas voadoras que plainam coloridas,
que vivem vagando, ou vivendo, ou vegetando,
errando...
Falo de erro por errar, pois somos fracos e imperfeitos,
mais me culpo do que me elogio, pois sei que somos incríveis, só não sabemos que temos defeitos,
não sabemos de verdade
Mais agradeço do que peço, pois a magia é para quem consegue entender.
Vivo pela caridade doce da vida,
que me concede mais dias,
e mais dias, e mais...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dor



Quero dizer que ainda sinto dor.
Eu não sei se é um desabafo, se eh mais um texto, se é isso que quero fazer, ficar aqui desabafando.
O que posso dizer é que sinto sim ainda uma dor, aquela dor no meu peito.
Mais ainda sinto dor, dor pela coisas que estão aqui no mundo, na minha vida.
Só sei que a dor ainda estou sentindo, de estar querendo ficar sozinha um pouco. Não sei se isso é algo destrutivo no momento, mas gostaria de ter meu amor perto.
São algumas coisas no momento que preciso fazer. Não tenho filhos,
quero ficar sozinha,
sem ser responsável por tristezas,
quero ficar sozinha.
Não sei se sozinha ficaria solitária.
Mas quero ficar sozinha.
Quero ficar bem.
Se não posso ter carinho,
quero ficar sozinha.
Quero silêncio, silêncio normal que ja não tenho mais.
Quero viver minha vida,
saudades dele
saudade de mim.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Henri de Toulouse Lautrec

Vou deixar vocês com ele, nosso Lautrec.

Boemio coxo, de abraços a noite.
Eu que nem pensava existirem tais pinturas, elas estavam em tão sorridente mente.
Toulouse será o sorriso eterno, sem eu saber me diluir em versos.
Pintou além dos bailes, dançarinas, beijos, gravuras, pintou alguras de lágrimas não corridas, dos rostos de temperatura fria, dos sangues que ja mal circulavam.
Ele sorria, manco, por isso sorriso duas vezes forte.
Inspirou Van Gogh.
Ah! Quantos risos e vidas tinham ali meu caro Henri,
Assim livre de tudo...longe do luxo, do nome.
Liberdade nas ruas dos trabalhadores, mistura alcool com verdades nuas, filhos abandonados
da cidade que gritou Liberté, Egalité, Fraternité,
E manda comerem croissant.
Se não tem pão, bebam as noites, misturem-se aos artistas, vejam Toulouse, fumem a liberdade da realidade.
Misturem as tintas, Japão, sejam pequenos e gênios!

Eu que nem pensava existirem tais pinturas, que interessante encantamento.
Pinceladas certas, cores do movimento.
Toulouse queria fotografar.
Sorria, sorria!
Pinturas geniais, pincéis úteis em toda sua função: agradeçam ser instrumento de tão notável mão!
Feliz era Lautrec, e como era. Dance La Goule! Dance essa noite, para que todos façam sua parte e o pintor seu número...
Lala















































sábado, 23 de maio de 2009

Meu Amor Recorre Calado, Entre Labios Ousados (Se perde neles, mesmo que somente a olhá-los...)

Meu amor recorre calado,
Entre labios ousados,
Entre labios afoitos, macios, famintos...
Ele domina, e eu procuro calada, por eles, tão tenros e bonitos.

Quero tudo para mim, o corpo que abriga-os, não desejo somente o que a vida pode me dar,
Eu quero a essência, quero o prakriti e o purusha,
Quero poder ter o tudo, quero possuir tudo,
Tocar o que te transcende, o sublime.
Mais que tudo.
Mais que qualquer.
Deitar na sua grama, rolar nas suas flores, plantações, e no que lhe é de subsistência,
Quero sua alma, a parte que me compete, não mais que tudo não mais que tudo dela.

Quero você
E eu, deitada nos seus pastos, ruas, tráfego de seus pensamentos,
Seu sol
Sua noite
Sua lua
Não mais que tudo, não mais que tudo

Quero ser a primeira, a única, e a ultima...
Faça-se ferrugem em seu ser
A bainha da adaga
Quero possuir
Ganhar
Sutilmente pedir
Não mais que tudo
Assim seremos um só,
Misturar
Levitar
Sem começo, sem meio, sem fim
Eterno, doce
Nosso

Meu
Amor
Recorre
Calado
Entre
Labios
Ousados, recorre calado, querendo não mais que tudo e peço sutil, de mãos dadas, caminharmos eternamente.

Lala

Declaração

Nada de nada amor...
Usarei Piaf, ja que vc conhece e eu, para postar sobre o que citei e admiro muito, minhas memórias emotivas....

Meu Amor Recorre Calado, Entre Labios Ousados (Se perde neles, mesmo que somente a olhá-los...)

Non, Je Ne Regrette Rien

Edith Piaf

Composição: Michel Vaucaire / Charles Dumont

Não! Nada de nada...

Não! Eu não lamento nada...
Non... rien de rien...
Nem o bem que me fizeram
Non... je ne regrette rien
Nem o mal - isso tudo me é igual!
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!

Não, nada de nada...
Non... rien de rien...
Não! Eu não lamento nada...
Non... je ne regrette rien
Está pago, varrido, esquecido
C'est payé, balayé, oublié,
Não me importa o passado! (2)
Je me fous du passé!

Com minhas lembranças
Avec mes souvenirs
Acendi o fogo (3)
J'ai allumé le feu,
Minhas mágoas, meus prazeres
Mes chagrins, mes plaisirs,
Não preciso mais deles!
Je n'ai plus besoin d'eux!

Varridos os amores
Balayé les amours
E todos os seus temores (4)
Avec leurs trémolos
Varridos para sempre
Balayés pour toujours
Recomeço do zero.
Je repars à zéro...

Não! Nada de nada...
Non... rien de rien...
Não! Não lamento nada...!
Non... je ne regrette rien
Nem o bem que me fizeram
Ni le bien qu'on ma fait,
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!


Não! Nada de nada...
Non... rien de rien...
Não! Não lamento nada...
Non... je ne regrette rien
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Car ma vie, car mes joies,
Hoje, começam com você!
Aujourd'hui, ça commence avec toi!

Hoje começa com vc !!!

Com vcs a Diva...Piaf

Alquimia do Verbo

Essa vou deixar em português mesmo, pois ela merece ser lida de forma simples. É uma genial poesia de Jean - Nicolas Arthur Rimbaud.

A mim. A história de mais uma das minhas loucuras.
De há muito que me gabo de
possuir todas as paisagens possíveis e que acho ridículas
as celebridades da pintura e da poesia moderna.

Amei pinturas idiotas, vãos de portas, bugigangas,
panos de saltimbancos, estandartes, estampas baratas,
literatura fora de moda, latim eclesiástico,
livros eróticos sem caligrafia, romances antigos,
contos de fadas, contos para crianças, velhas óperas,
refrões ingénuos, ritmos simplicíssimos.

Sonhei com cruzadas,
com viagens de descobrimento das quais não existiam relatos,
repúblicas sem histórias, guerras de religião sufocadas,
revoluções de costumes, movimentos de raças e de continentes:
acreditei pois em todas as magias.

Inventei a cor das vogais! - A negro, E branco,
I vermelho, O azul, U verde
Determinei a forma e o movimento de cada consoante,
e, com ritmos instintivos,
procurei inventar um verbo poético acessível, custe o que custar,
a todos os sentidos. Guardei a tradução.

Era acima de tudo um esboço. Escrevi os silêncios,
as noites. Anotei o indizível. Firmei vertigens

- Arthur Rimbaud
(tradução de Rui Bebiano)

Après moi le Regina

Que incrível, em homenagem a Regina Spektor, vou deixar um poema de Arthur Rimbaud do livro Le Illuminations, o que mais gosto.

Après le Déluge
top

Aussitôt après que l'idée du Déluge se fut rassise,
Un lièvre s'arrêta dans les sainfoins et les clochettes mouvantes, et dit sa prière à l'arc-en-ciel, à travers la toile de l'araignée.
Oh! les pierres précieuses qui se cachaient, - les fleurs qui regardaient déjà.
Dans la grande rue sale, les étals se dressèrent, et l'on tira les barques vers la mer étagée là-haut comme sur les gravures.
Le sang coula, chez Barbe-Bleue, aux abattoirs, dans les cirques, où le sceau de Dieu blêmit les fenêtres. Le sang et le lait coulèrent.
Les castors bâtirent. Les "mazagrans" fumèrent dans les estaminets.
Dans la grande maison de vitres encore ruisselante, les enfants en deuil regardèrent les merveilleuses images.
Une porte claqua, et, sur la place du hameau, l'enfant tourna ses bras, compris des girouettes et des coqs des clochers de partout, sous l'éclatante giboulée.
Madame *** établit un piano dans les Alpes. La messe et les premières communions se célébrèrent aux cent mille autels de la cathédrale.
Les caravanes partirent. Et le Splendide-Hôtel fut bâti dans le chaos de glaces et de nuit du pôle.
Depuis lors, la Lune entendit les chacals piaulant par les déserts de thym, - et les églogues en sabots grognant dans le verger. Puis, dans la futaie violette, bourgeonnante, Eucharis me dit que c'était le printemps.
Sourds, étang; - écume, roule sur le pont et passe par-dessus les bois; - draps noirs et orgues, éclairs et tonnerres, montez et roulez; - eaux et tristesses, montez et relevez les déluges.
Car depuis qu'ils se sont dissipés, - oh, les pierres précieuses s'enfouissant, et les fleurs ouvertes! - c'est un ennui! et la Reine, la Sorcière qui allume sa braise dans le pot de terre, ne voudra jamais nous raconter ce qu'elle sait, et que nous ignorons!

Após o dilúvio

Nem bem se aquietara a idéia do Dilúvio,

Uma lebre parou entre os sanfenos e as inquietas campânulas e elevou sua prece ao arco-íris, através da teia de aranha.

Oh! As pedras preciosas que se escondiam, — as flores que já olhavam.

Na grande rua suja os açougues se ergueram, e os barcos foram levados ao mar, que, no alto, era em degraus como nas figuras.

O sangue correu, na casa de Barba-Azul, — nos matadouros, — nos circos, onde o selo de Deus empalidecia as janelas. O sangue e o leite corriam.

Os castores construíam. Saía fumaça dos cafés nos botequins.

Na mansão de vidros ainda gotejante, as crianças contemplavam as imagens maravilhosas.

Uma porta bateu, — e na praça do vilarejo, a criança girou seus braços, envolvendo os cata-ventos e os galos dos campanários, sob o fulgurante aguaceiro.

A senhora*** instalou um piano nos Alpes. A missa e as primeiras comunhões foram celebradas nos cem mil altares da catedral.

As caravanas partiram. E o Hotel Esplêndido foi erguido em meio ao caos de gelos e noite polar.

Desde então, a Lua ouviu os chacais berrando pelo deserto dos timos, — e as éclogas em tamancos rugindo no pomar. Depois, na floresta violeta, coberta de brotos, Eucaris me disse que chegara a primavera.

—Surge, lago, —Espuma, rola sobre a ponte a e sobre os bosques; — panos negros e órgãos, — relâmpagos e trovão, — subi e rolai; — Águas e tristezas, subi e restaurai os Dilúvios.

Pois desde que eles se dissiparam, — oh! as pedras preciosas enterrando-se, e as flores abertas! — reina o tédio! E a Rainha, a Feiticeira que acende sua brasa no pote de barro, jamais quererá contar-nos o que ela sabe, e que nós ignoramos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Luz, Luz, Luz, mom amour...




A minha inspiração de hoje vem sobre O ano da França no Brasil, mas não por esse evento, e sim pelo que me remete. O que me vem a mente, a me quando se fala de França, quando falam sobre o ano da França no Brasil?
Ora, o que me vem seriam as memórias emotivas, aquilo que tenho guardado no subconsciente e no consciente do que me remete a esse país. Não estou falando de coisas que todos lembram como torre Eiffel etc, e sim o que eu particularmente me recordo, coisas impregnadas da infância, coisas subjetivas, cognitivas ao longo de minha vida. Não falo de marcos históricos, revoluções, perfumes, mas de coisas que acredito que todos tem e não comentam, somente sentem. Parecem coisas bobas algumas, por isso não comentadas rs, enfim, mas para mim são importantes como tudo que esta dentro de mim. Eis o que vem é : Toulouse Lautrec, Ratatoullie, Rimbaud, Monet, croissant, Du la Croix, Napoleão, um clipe da banda Six Pence None the Rich em que cantam a música Kiss Me ambientado na França, com roupas de época, ruelas e bosques, assim lúdica e com aquela melancolia feliz colocada pelos artistas sobre o país. Lembro de Le Fabouleux Destin D´Amlie Poulain´e a musiquinha francesa que toca neste filme, me lembro até de um desenho Pepe Le Pew da Warner, genialmente feito por Charles Jones é um dos que mais amo, ele com certeza me vem como lembrança infantil de uma França romântica do século XIX com paixão inflamada do gambá, de fundo as ruelas e o sotaque engraçadíssimo de Pepe caçando sua amada penélope...rs
Eu diria que de todos o que se torna mais forte seria o que me marcou mais na vida, que seria o grande pintor Toulouse Lautrec e a vida noturna e pregressa da boemia francesa e seus cabarés, o mais famoso claro Moulin Rouge. Sua biografia foi incrível de ler e estudar suas pinturas também. Incrível realidade representada de tudo que ele via, sentia, cheirava, observava. Os olhares perdidos de mulheres solitárias, as danças, a bebida...tudo como era literalmente, assim como Canaletto pintou Veneza de uma forma que nenhum outro havia pintado. Pintou a verdadeira Veneza com seus cortiços incluídos em obra, a beleza da realidade.
Arthur Rimbaud também, o poeta simbolista. Sua biografia também muito me marcou, para toda a vida. Incrível e emocionante, chocante, encantadoramente rebelde. Seus poemas, vida apaixonate. Sedutoramente calado gênio de todos os tempo. Ele fazia alquimia com as letras e apaixonava a todos por ter nascido tão genial. Sensibilidade profunda e incontável, dor de tocar o mundo com os dedos e cair nele. Rimbaud era pura alma transcendente entre os mundos intocáveis e o real, como se solitariamente ouvisse o que os pobres normais não podem jamaz. Mas ele foi muito mais do que isso, uma alma sofredora, enorme, tão grande que não coube em seu pequeno corpo. Suas poesias em sua lingua natal me trouxe todo brilho do simbolismo e grandeza artística francesa, todo o ar francês que somente tão intenso poeta poderia passar. A gente se imagina lá algumas horas, de tão forte e marcante vida.
Bennie e Binnie os coelhinhos apaixonados foram quadrinhos que eu tive na infância, nunca me saiu da cabeça aqueles cenários por detrás deles, o romantismo, cafés...
Falo do clipe Kiss Me por que vi uma vez na pré-adolescencia para nunca mais esquecer. A sensação é de ja ter vivido aquilo tudo, como saudosismo de um tempo que não vivi.
E por fim Èdith Piaf, claro, para fechar meu post, uma das maiores refêrencias parisienses da história. Incrível talento e arte, com musicas que deixaram gravada sua história trágica, melodiosa e também intensa de vida, quanta intensidade ... Vou deixar um video da maior intérprete na minha opnião de um dos grandes sucessos de Piaf, Composição: Jacques Brel. Maysa com essa música, em um dia quando eu tinha meus 09, 10 anos de idade assistindo imagens de um show onde ela cantava essa obra-prima, me mostrou pela primeira vez o que era sentir intensamente uma música e interpretá-la, tomada de sentimento profundamente igual, virando somente ele, como que se no momento que Maysa cantava Ne me quitte pas, ele se transformasse só em sentimento e nunca mais esqueci. O olhar de Maysa sempre que interpretava, me mostrou o que era sentir de verdade, o que era cantar de verdade.
Vou tentar deixar aqui algumas obras sobre os que citei postados e de mais que eu lembrar.
E, com francês perfeito, profundo sentir, de tudo que não se explica e de uma imensidão de palavras num olhar, impressionante interpretação e música, numa fusão Brasil-França, com vcs Maysa.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sentindo...

Bueno, hoje vou falar de sentimento.
Tudo é dor e toda dor vem do desejo?
Por que sofremos, por que o ser humano sofre?
Por que queremos tanto algo, alguém, algo em alguém...?
Por que?
Eu observo as pessoas, casais.
Por que queremos alguém para nós, como quem quer sugar para dentro da alma, dentro do corpo. Como quem quer comer, engolir e deixar que ele faça digestão dentro de si e dilua no sangue, assim se pode ter total controle sobre o bem amado ali, dentro, puramente nosso. E se pudesse viver dentro de nós, como um filho, um feto, temos total certeza de que ele esta seg
uro e amado.
Será que essa visão é feminina? Rs
O homem que quero casar diz
existir um sentimento como anseio, desejo por algo em alguém, que gostar é relativo às vezes no ser humano, diferentente de quando se ama, assim como nós dois.
O que sentimos?
Não posso assegurar como funciona, como acontece com cada um, mas a meu ver, sentimento esta como algo que existe fora do corpo. Tem vida própria. Por isso figuras de cupido com flechas, como algo que esta fora e acba flechado por ele. O que se sabia sobre isso, será que eu estou certa?
Onde pisamos?
Existem paixões, sentimentos ocultos, dores de desejo, dependência...
Onde começa e termina?

Onde começa o gostar e onde ele se mistura?
Eu sempre imaginei a paixão como se voasse, viajasse sem algo para segurar.
O amor deixa uma corda segura entre os dois mundos, o da razão e o da emoção. Quando se ama pode ser viajar seguramente pelos dois, seguros por essa corda firme.
O amor nunca acaba...ele nunca acaba. Ja as chamas começam, se propagam, se desvirtuam, se corrompem, se desintegram...e eu que não sei explicar o que acontece, como se muta, o que se bebe...se embreaga...
Amor é uma palavra falada demais talvez.
Ele acontece de tantas formas, e tão poucas vezes nos casais e é tão pouco ouvido pelos mesmos.
Eu vivo com a corda, segura.
E o sentimento, seu gostar? Onde começou, onde terminou, onde misturou, onde ele se afastou...onde virou cinzas...onde se corrompeu, onde doeu, onde ficou...me diz.
É uma mutação transgênica, é um sentimento intocável, eh um sentiment
o apossável, que pinga de um para o outro próximo. Tem os que são como doenças, mosquitos que picam, propagam...
E o amor?
Ele sim, sol brilhante, não sol amarelo do tipo que anuncia chuva
como meu pai diz. ele tem mar, tem campos, flores, mosaicos, montanhas. Ele doa, ama...ama..doa...doa..doa.
Ja viram o mar depois da chuva, quando sae o sol? Assim fica o amor depois da tempestade de desentendimentos...O sol e a paz...
Existe um filme que não esqueci mais, somente por uma parte relativamente do final. Sabe, para mim o amor é maduro. Esse filme é baseado em fatos veríd
icos, e chorei muito com a cena que vou deixar aqui. No meio de uma grande tempestade, uma das maiores do triangulo das Bermudas, o unico sobrevivente é o amor. Vejo que o amor é simples, divino, majestoso. Como um Magnata vestido de roupas velhinhas, surradas, simples.
No filme o pescador sabendo de seu destino, fala em pensamento com sua noiva que deixou em terra, com todos os preparativos para sua nova vida a dois , aquela que ele escolheu como sua companheira para a vida. ( Sabe-se q
ue as palavras dele em pensamento foram relatos do sonho que sua noiva então gravida, teve depois do ocorrido).Fiquem com essa cena linda e bye, quer dizer, amor, só amor...
Filme: Mar em Furia ( The Perfect Storm 2000)


terça-feira, 19 de maio de 2009

Cannes e Los Abrazos Rotos


Enquanto Lula visita a China, eu falo de Cannes, afinal gosto muito de cinema. Sim porque, dentro dos noticiários sobre o evento, entre comédias do ator brasileiro polêmicamente como um gay ao lado de Jim Carrey, caldas de vestidos e o possível Palma de ouro Un Prophète, mesmo com a presença de Paulo Coelho, eu fico com Los Abrazos Rotos de Almodóvar.
Eu nem deveria estar escrevendo aqui porque ainda não vi o filme, mas os comentários foram muito instigantes e pela descrição, um filme pertubador,envolvente mesmo que praticamente rotulado como não sendo uma das melhores películas feitas pelo cineasta, surpreeendeu mesmo assim.
Mas Almodóvar esta tão radiante, tão feliz que acredito que seja o trabalho que mais o satisfez.
Ele fala de um diretor, roteirista e escritor e a criação de seu filme,que ao sofrer um acidente perde a visão. Com a personagem de Penélope Cruz como mulher dele e protagonista da história, não deixando a tradição de Pedro ao colocar mulheres como carro chefe, foi descrito como um grito a todos os cineastas pela liberdade do corte final. Também descrevem como sobre contextualidade com a história da Espanha e a Guerra Civil, o lado emocional do período.
Almodóvar deu uma grande coletiva e que foi elogiada por todos q li, " Um banho de inteligência ao lado de Penélope Cruz"
Então vamos lá, Los Abrazos Rotos, rir e chorar.
E ainda tem Paulo Coelho, Scorsese com os sapatinhos vermelhos e os clássicos restaurados, Rodrigo e Jim Carrey,Un Prophéte, Estreante brasileiro, Antichrist, etc...
Canes 2009!