terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais uma vez...

Achei q poderia estar flutuando delicadamente, boiando em silêncio nas águas transparentes que deslizava Ofélia...
Mais me pareço Ofélia nesses tantos minutos, que poderia imaginar.
Pensei que poderia estar flutuando, submersa nas águas frias mas doces, em meio as flores, entre dead man´s fingers...
Era silêncio demais...
Na mata poderia existir tão igual silêncio de dia?
Ou a noite?
As flores não me contaram,
Era somente minha aquela paz.
E eu flutuando nas águas em que se foi antes túmulo de perfume e sorriso, flor da mocidade.
Mais uma vez me vejo nesse cenário
Mas será somente um quadro meu?
Um quadro de Ofélia?
Uma pintura suave, impressionista, onde fiquei, talvez confundindo a realidade?
Talvez agora me sinta ali, talvez agora me sinta estar como quem abraça a onda amiga.
Mas eu não estava.
Não estava tudo em silêncio, eu somente havia perdido a audição...
Podia eu te-la perdido?
Por que para ser forte precisei jurar a mim mesma nunca mais entrar em tal transparências de vidro, tocar com o corpo os dedos da morte e margaridas, muito menos ficar nesta completa falta de audição inebriante...
Quando não se ouve, não se sabe, nem se vive a vida como ela esta, não para quem iniciante nesta breve deficiência.
Mais uma vez meu corpo se encontra em plena flutuante imagem...flutuante realidade...
Jurei não mais entrar nessas águas...
Mas por que é pecado tentar ser feliz...?